31 de dezembro de 2010

Fé!


É...um novo ciclo de vida se inicia, tempo de recomeçar, replanejar, refletir e reconstruir, de preferência, com muita fé em Deus! Estou aqui na casa de mamys e ela adora um samba, eis que me deparo com a letra abaixo que resolvi compartilhar com vocês:

(Diogo Nogueira e Flavinho Silva)

A luta está difícil, mas não posso desistir
Depois da tempestade, flores voltam a surgir
Mas quando a tempestade demora a passar
A vida até parece fora do lugar
Não perca a fé em Deus, fé em Deus
Que tudo irá se acertar

Pois o sol de um novo dia vai brilhar
E essa luz vai refletir na nossa estrada
Clareando de uma vez a caminhada
Que nos levará direto ao apogeu
Tenha fé, nunca perca a fé em Deus

Pra quem acha que a vida não tem esperança
Fé em Deus
Pra quem estende a mão e ajuda a criança
Fé em Deus
Pra quem acha que o mundo acabou
Pra quem não encontrou um amor
Tenha fé, vá na fé
Nunca perca a fé em Deus

Pra quem sempre sofreu e hoje em dia é feliz
Fé em Deus
Pra quem não alcançou tudo que sempre quis
Fé em Deus
Pra quem ama, respeita e crê
E pra aquele que paga pra ver
Tenha fé, vá na fé
Nunca perca a fé em Deus

Aquilo que não mata só nos faz fortalecer
Vivendo aprendi que é só fazer por merecer
Que passo a passo um dia a gente chega lá
Pois não existe mal que não possa acabar
Não perca a fé em Deus, fé em Deus
Que tudo irá se acertar

Pois o sol de um novo dia vai brilhar
E essa luz vai refletir na nossa estrada
Clareando de uma vez a caminhada
Que nos levará direto ao apogeu

Tenha fé, nunca perca a fé em Deus
Pra quem acha que a vida não tem esperança
Fé em Deus
Pra quem estende a mão e ajuda a criança
Fé em Deus
Pra quem acha que o mundo acabou
Pra quem não encontrou um amor
Tenha fé, vá na fé,
Nunca perca a fé em Deus

Pra quem sempre sofreu e hoje em dia é feliz
Fé em Deus
Pra quem não alcançou tudo que sempre quis
Fé em Deus
Pra quem ama, respeita e crê
E pra aquele que paga pra ver
Tenha fé, vá na fé, nunca perca a fé em Deus


Que em 2011 você tenha muita fé! Fé que alimentará a esperança de um amanhã melhor, mas não esqueça do presente, viva um dia de cada vez e não se lamente pelo ontem, o passado não se muda, mas ele tem sua importância, pense nisso!

SAÚDE, PAZ, AMIZADE VERDADEIRA, FELICIDADE,  AMOR, FÉ etc e etc!

22 de dezembro de 2010

Ai o Natal...



Porque Natal era pra ser a comemoração do nascimento de Cristo, época de reunir a família e colocar o papo em dia, matar as saudades dos parentes distantes e tudo mais, não é mesmo? Natal não tem um gostinho de rabanada light, peru ao molho de ervas e a famosa farofa  de linguicinha com passas da sua tia? NOT! Não exatamente, principalmente dentro do sistema econômico no qual  estamos inseridos.Kurt que me perdoe a paródia, mas Christmas smells like consumerism, sim, Natal, assim como a maioria das datas "comemorativas" tem cheirinho e gostinho de consumismo.Não posso negar que tenho visto famílias reunidas, pais, filhos, avós todos juntos e felizes, mas em shopping centers e lojas, comprando as últimas lembrancinhas de  Natal, afinal de contas, quem consegue resistir à tantas promoções, não é mesmo? Pensemos sobre o assunto, sob uma ótica BEM diferente...



English Version: http://www.storyofstuff.com/

PS: Consumir não é pecado, eu adoro dar e receber presentes, apesar de que esse ano não terá nenhuma balinha pra ninguém, porque não tá fácil pra ninguém, como diria minha amiga Rafaela...O lance é consumir com consciência! Falar sobre sustentabilidade não é modismo povo, é NECESSIDADE!

13 de dezembro de 2010

Limonada do dia...


Torradas queimadas

      Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.
     Naquela noite longínqua, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola.
      Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado.
      Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada e eu nunca esquecerei o que ele disse:
      – Amor, eu adoro torrada queimada…
      Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse:
      – Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada… Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor marido, empregado, ou cozinheiro!
      O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.
      Não ponha a chave de sua felicidade no bolso de outra pessoa, mas no seu próprio. Veja pelos olhos de Deus e sinta pelo coração dele; você apreciará o calor de cada alma, incluindo a sua.
       As pessoas sempre se esquecerão do que você lhes fez, ou do que lhes disse. Mas nunca esquecerão o modo pelo qual você as fez se sentir.


(Autor desconhecido) - Se alguém descobrir a autoria, avise-me!

11 de dezembro de 2010

Um cadinho de mim...


 Vendedor de sonhos
tenho a profissão viajante
de caixeiro que traz na bagagem
repertório de vida e canções

E de esperança
mais teimoso que uma criança
eu invado os quartos, as salas
as janelas e os corações

Frases eu invento
elas voam sem rumo no vento
procurando lugar e momento
onde alguém também queira cantá-las

Vendo os meus sonhos
e em troca da fé ambulante
quero ter no final da viagem
um caminho de pedra feliz

Tantos anos contando a história
de amor ao lugar que nasci
tantos anos cantando meu tempo
minha gente de fé me sorri
tantos anos de voz nas estradas
tantos sonhos que eu já vivi


Milton Nascimento/Fernando Brant

27 de novembro de 2010

Politicamente (in)correto?!?


Monteiro Lobato, o racismo e uma falsa polêmica

Por Idelber Abelar - O Biscoito e a Massa

Nossa indústria de escândalos precisa de urgente renovação. Depois do “Ministério da Educação acéfalo” que só acertou em 99,94% das provas do ENEM, há uma polêmica sobre Monteiro Lobato que, aliás, será do agrado dos que reclamam do Fla x Flu entre lulismo e antilulismo. Desta feita, há governistas e oposicionistas em ambos os lados da polêmica. Isto não a torna, evidentemente, mais interessante.
Aldo Rebelo, o Prof. Deonísio da Silva, Augusto Nunes e dezenas de tuiteiros fizeram uma tempestade numa xícara d'água contra uma suposta “censura” sofrida pelo autor de Urupês. Em comum entre todos eles, a ausência de qualquer citação do parecer que foi pedido ao MEC sobre Caçadas de Pedrinho (ou, no caso de Aldo, a presença de citações distorcidas do texto). O blogueiro do Serra, que eu saiba, ainda não surtou com o tema, mas não duvide. Se, depois de ler algo da obra infantil de Lobato, você ler o parecer do MEC sobre o tema, perceberá a pobreza da indústria do escândalo.
O pedido de parecer recebido pelo MEC se relaciona com algo comum no ensino de obras literárias, em especial para jovens ou crianças: a contextualização necessária para que epítetos, comportamentos discriminatórios, racismo explicito, ódio a povos ou a orientações sexuais etc., sancionadas e apresentadas como normais no contexto em que a obra foi escrita ou no interior dela (e qual é a relação entre obra e contexto em cada caso, claro, é um vasto problema), sejam lidos criticamente e não replicados como modelo pelos alunos. Não é tão fácil como parece. No caso de Monteiro Lobato, é imensamente difícil.
O Deputado Aldo Rebelo diz: Se o disparate prosperar, nenhuma grande obra será lida por nossos estudantes, a não ser que aguilhoada pela restrição da “nota explicativa” — a começar da Bíblia, com suas numerosas passagens acerca da “submissão da mulher”, e dos livros de José de Alencar, Machado de Assis e Graciliano Ramos; dos de Nelson Rodrigues, nem se fale. Em todos cintilam trechos politicamente incorretos.

O Deputado Aldo Rebelo vive num mundo onde todas as discussões acerca da cultura se dão num terreno ameaçado, pelo estrangeirismo ou pelo politicamente correto. O Deputado tem uma concepção estática, patrimonialista de cultura nacional. Para ele, o passado é uma coleção de sacralidades intocáveis. É o oposto de uma concepção benjaminiana acerca do que é o pretérito.
A comparação feita por Aldo, entre Lobato e Nelson Rodrigues, é estapafúrdia, por ignorar o contexto em que se faz o pedido de parecer ao MEC: o da obra Caçadas de Pedrinho em salas de aulas do ensino fundamental e médio. Ora, salvo engano meu, não há garotos de 4º ou 5º ano lendo Vestido de noiva ou Bonitinha, mas ordinária nas escolas públicas ou particulares brasileiras. Se eles se introduzem à obra de Nelson na adolescência tardia ou depois, na faculdade, essa situação não tem nada em comum, entendamos, com um garoto negro ou mulato de 10 ou 11 anos de idade sendo introduzido social, coletivamente à pesada linguagem racista que se encontra em parte da obra de Monteiro Lobato. Este blog tem tentado ser contido mas, com vossa permissão, sugiro que só uma besta-quadrada ou um malintencionado não enxerga isso.
Pois muito bem, dados os fatos de que 1) Monteiro Lobato é peça chave da nossa tradição literária, especialmente canônico e fundacional para a literatura infantil; 2) uma obra como Caçadas de Pedrinho está eivada de linguagem pesadamente racista; 3) essa linguagem não vem de um “vilão” da história depois punido, mas é sancionada pela obra, posto que enunciada por Emília, a personagem querida, central, convidativa à identificação; coloca-se aí um problema nada simples para o educador. Quem acha que é simples que faça, por gentileza, o exercício de imaginar alguns dos trechos animalizadores de negros, citados pelo Sergio Leo, numa sala de aula com, digamos, 20 ou 22 crianças brancas ou brancomestiças e 3 ou 4 crianças negras ou negromestiças. Imagine, monte seu plano de aula e me conte. É uma situação que tem o potencial de ser tremendamente traumática para a criança.
O que fazer, então? Ninguém, em nenhum momento, falou em “proibir” ou “censurar” Lobato. Em nenhum momento se falou sequer de emendar o texto de Lobato, coisa com a qual eu, particularmente, não teria grandes problemas (pelas mesmas razões do Alex), desde que fosse bem feito.
Na verdade, basta ler o raio do parecer do MEC para ver que, concorde-se com o texto ou não, ele está escrito dentro de um espírito razoável: fornecer ao educador instrumentos (introdução, notas ao pé de página etc.) que contextualizem epítetos e caracterizações que hoje são inaceitáveis em nossa interação social. O parecer não está escrito em jargão de especialista, mas está informado pela leitura de alguns dos melhores estudiosos de recepção de obras literárias no Brasil, como Marisa Lajolo (que, além de ser estudiosa de estética da recepção, é autora de um artigo importante [pdf] sobre o negro em Lobato).
O parecer explica, em linguagem clara, algo que é amplamente consensual entre estudiosos de literatura: que nenhuma obra literária está completamente “solta”, “livre” dos valores de sua época e que nenhuma grande obra é simplesmente um reflexo desses valores tampouco. Cada obra rearticula, reescreve, chacoalha, reinterpreta os valores de seu tempo. Em outras palavras, o mesmo Monteiro Lobato cujos diálogos estão eivados de racismo pode servir para questionar o racismo. O mesmo Conrad que está encharcado de colonialismo pode servir para questionar a empreitada colonial. O mesmo Nelson Rodrigues que está empapado de misoginia pode ser lido de forma feminista, emancipatória. Mas estas duas últimas tarefas, em sala de aula, são menos explosivas e complexas que a primeira, posto que no caso de Lobato você está lidando com garotos de 10, 11 anos de idade.

Um aparato de notas é o mínimo a que um professor tem direito para trabalhar com as perorações racistas de Emília numa sala de aula do século XXI. Inventemos escândalos mais inteligentes. Aqueles baseados na sacralização dos documentos de cultura passados estão ficando meio tediosos.
Suponho estar óbvio que o parecer do MEC sequer desestimula (que dirá proíbe) a adoção de Caçadas de Pedrinho ou de qualquer outra obra de Lobato. O Alex diz nos comentários a este post (cuja conversa continua aqui) que ele não adotaria a obra e eu entendo suas razões. Aliás, eu me atreveria a dizer que só quem nunca segurou um pedaço de giz não entenderia. De minha parte, eu não sei se adotaria o livro ou não. Optei por dar aulas para adultos, em parte, para não ter que tomar decisões como esta (como sou um homem de muitos vícios, prefiro lecionar para gente que já adquiriu algum). Eu provavelmente não a adotaria num contexto em que os garotos negros fossem pequena minoria em sala de aula. Eu estaria mais à vontade para adotá-la (porque Lobato realmente é muito bom) se eu sentisse que estou equipado para tornar o texto um instrumento de debate do próprio racismo. É sempre caso a caso. O parecer do MEC não substitui a decisão de cada professor. Só oferece elementos para subsidiá-la.
Como sempre é o caso nas falsas polêmicas, elas valem a pena se geram alguma boa escrita. Esta gerou pelo menos dois ótimos textos: do Paulo Moreira Leite e do Sergio Leo. Fiquemos com eles.


 O que disseram por aí sobre esse tema?

"Lobato, negros e Mayaras", texto de Olívia Santana - Vereadora de Salvador e Coordenadora de Combate ao Racismo do PC do B. 

"Monteiro Lobato no Tribunal Literário", parecer d Aldo Rebelo, publicada na Folha de São Paulo.

"Crucificar Monteiro Lobato?", posição da escritora Lya Luft, publicada na Veja. Disponível em: http://veja.abril.com.br/101110/crucificar-monteiro-lobato-p-026.shtml

"Solução" Pedagógica publicada na Revista NOVA ESCOLA: "A representação do negro em Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/representacao-negro-cacadas-pedrinho-monteiro-lobato-607919.shtml

"Lobato, Emília e a banalidade do mal", texto do jornalista Paulo Moreira Leite, publicada na Revista Época. Disponível em: http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/2010/11/05/lobato-nas-aulas-de-hipocrisia/?cp=2#comment-140985

Parecer do MEC sobre a obra: http://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=1Qo8RXEXQpqfe6nHVQRF6NxUnCTvLJuphsJDniLZy5XjpGcmoKZezesgvshM2&hl=en&pli=1

17 de novembro de 2010

Ai palavras, ai palavras...


Romance LIII ou das palavras aéreas
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Ai, palavras, ai, palavras,
sois de vento, ides no vento,
no vento que não retorna,
e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma!
 Sois de vento, ides no vento,
e quedais, com sorte nova!

Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Todo o sentido da vida
principia à vossa porta;
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...

A liberdade das almas,
ai! com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...

Detrás de grossas paredes,
de leve, quem vos desfolha?
Pareceis de tênue seda,
sem peso de ação nem de hora...
- e estais no bico das penas,
- e estais na tinta que as molha,
- e estais nas mãos dos juízes,
- e sois o ferro que arrocha,
- e sois barco para o exílio,
- e sois Moçambique e Angola!

Ai, palavras, ai, palavras,
íeis pela estrada afora,
erguendo asas muito incertas,
entre verdade e galhofa,
desejos do tempo inquieto,
promessas que o mundo sopra..

Ai, palavras, ai, palavras,
mirai-vos: que sois, agora?
- Acusações, sentinelas;
bacamarte, algema, escolta;
- o olho ardente da perfídia,
a velar, na noite morta;
- a umidade dos presídios,
- a solidão pavorosa;
- duro ferro de perguntas,
com sangue em cada resposta;
- e a sentença que caminha,
- e a esperança que não volta,
- e o coração que vacila,
- e o castigo que galopa...

Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Perdão, podíeis ter sido!
- sois madeira que se corta,
- sois vinte degraus de escada,
- sois um pedaço de corda...
- sois povo pelas janelas,
cortejo, bandeiras, tropa...

Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Éreis um sopro na aragem...
- sois um homem que se enforca!

Cecília Meirelles  (Romanceiro da Inconfidência)

15 de novembro de 2010

Liberdade! liberdade! Abre as asas sobre nós!


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Hino da Proclamação da República

Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, ovante, da Pátria no altar!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz! 



Fonte: Brasil Escola. 
Disponível em:http://www.brasilescola.com/historiab/hinodaproclamacaodarepublica.htm.
Acesso em 15/11/2010.

13 de novembro de 2010

Uma mente (bem) iluminada...


Gosto de ser homem, de ser gente, porque não está dado como certo, inequívoco, irrevogável que sou ou serei decente, que testemunharei sempre gestos puros, que sou e que serei justo, que respeitarei os outros, que não mentirei escondendo o seu valor porque a inveja de sua presença no mundo me incomoda e me enraivece. Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que meu "destino" não é um dado mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade. 


 PAULO FREIRE - Pedagogia da autonomia, p. 30.

7 de novembro de 2010

Vidas secas...

 
   
Ignorância e preconceito, caminham lado a lado....

Como uma estudante de Direito, de apenas 21 anos, causou tanto reboliço no Brasil em uma semana? 
A receita foi bem simples: uma xícara de chá de intolerância, uma pitada de inconsequência e duas colheres de sopa cheias de preconceito, toda essa mistura foi levada ao forno "Twitter" e em um minuto estava pronto: "o bolo da ignorância". Ingenuidade ou não, o problema é muito maior do que possamos imaginar. 

Muito me surpreende o fato de pessoas jovens e instruídas, dessa geração cibernética,  fazerem mau uso de uma ferramenta tão maravilhosa que é a Intenet para disseminar o ódio e a intolerância. E não me venham com discursos sobre liberdade de expressão, respeito é algo que deveria ser inerente à formação humana.

O destaque da vez é para os nordestinos, mas sabemos que existe também o preconceito contra a burguesia,  contra os paulistas, contra o favelado, contra os evangélicos e por aí vai. A falta de discernimento, os juízos pré concebidos para com algo ou alguém nos levam a julgar, ter posições radicais e por vezes, atitudes pra lá de discriminatórias, como tiveram alguns eleitores insatisfeitos com a derrota do José Serra, descontando toda a sua frustração contra o povo nordestino. 

"O sertanejo é, antes de tudo, um forte". Nesse aspecto, tenho que concordar com Euclides da Cunha,  que,  apesar das crenças e das influências fortemente deterministas do autor de "Os Sertões", soube reconhecer a força hérculea que o nordestino possui. Mas convenhamos, não só o nordestino, o paraense, o paulista, o gaúcho, o amazonense, o mineiro, o homem do campo e o das grandes cidades, todo brasileiro é, antes de tudo, um forte.

Ignorância e preconceito, caminham lado a lado. A vida dura do sertanejo brasileiro enfrentando a seca, a fome, o analfabetismo, a miséria só não é mais seca do que a falta de empatia de muitas pessoas, como pudemos notar essa semana. Seca é a vida de quem não tem compaixão, aí reside a verdadeira miséria. Mas como diria meu velho e bom amigo Riobaldo: o mais importante e bonito do mun­do é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando.Verdade maior, isso que me alegra montão (...).

Só para terminar o post, recomendo um livro que mexeu demais comigo e retrata muito bem, na minha opinião, a dura vida daqueles que enfrentam a seca, a fome, a ignorância e o descaso. Essa é uma obra indispensável para qualquer pessoa: "Vidas Secas", de um dos meus escritores prediletos, que é o Graciliano Ramos. Não tem como não ler com um baita nó na garganta. Não façamos mais protestos equivocados, BASTA!!!! Chega de qualquer tipo de preconceito, mais EMPATIA.

6 de novembro de 2010

Não se anda só com as pernas...


 

 *DEFICIÊNCIAS

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz".
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E "Miserável" somos todos que não conseguimos falar com Deus.

Professora Renata Vilela da Escola Flor Amarela.

*Esse texto, muito difundido pela internet como do maravilhoso Mário Quintana, mas não é, em caso de dúvidas, clique aqui.

2 de novembro de 2010

Poesia pra criança...


Leilão de jardim


Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
 
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
 
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão.)

Cecília Meireles - "Ou isto ou aquilo", 1964.

1 de novembro de 2010

Ai, o Sol...


Ei, dor!*
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
Ei, medo!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada...

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou...

*O Sol - Jota Quest

31 de outubro de 2010

Quem foi que fez?

  
 Quem foi que fez?

Quem foi que fez o Sol tão vivificador 
com sua luz resplandecente cheia de fulgor?  
As trilhões de estrelas que cintilam no céu? 
As nuvens vaporosas como densos véus? 
A mecânica celeste,  o Arcano profundo,
a ciência que equilibra os mundos?

Quem foi que fez a energia,
a  possante energia que a tudo vivifica
e a excelente virtude que a tudo aspira? 
Quem foi que fez a chuva o vento,
o raio e o trovão?
Quem foi que fez a primavera o outono, 
o inverno e o verão?  
O perfume das flores, os sons, a luz, o ar, 
os campos, as florestas, a terra o céu e o mar?
Quem foi  que fez o infravermelho, o ultravioleta
 fez da lagarta surgir à bela borboleta? 
O cantar do rouxinol e a pujança do sol 
com sua claridade no pôr de cada dia? 

Quem foi que fez as feras bravas,
os ternos passarinhos, 
a asa de um inseto, 
a beleza de um ninho?
Deu agilidade incrível a pulga saltitante 
e fez o passo lerdo e tardo do elefante? 
Quem foi que fez o colibri com linda sutileza 
sugando o mel das flores com tal delicadeza?  
O tatu escavando a cova em que se abriga 
 e a faina inesgotável da minúscula formiga? 


O inquieto macaco, o fogoso corcel
e a abelha trabalhando na construção do mel?
Quem foi que fez o tubarão, 
o golfinho, a baleia, e a engenhosa 
aranha tecendo a sua teia? 
O instinto de conservação como 
bússola infalível de orientação




Guiando com acerto os irracionais
sem nunca transgredir as regras naturais? 
As maravilhas do reino vegetal, 
o leito onde repousa o reino mineral, 
os prodígios da animalidade, 
e um elo mais acima a nossa
humanidade? 



E tantos outros reinos que nós
desconhecemos  
Sistemas de Mundos 
que nós nem percebemos? 
Os gênios tutelares
arqui-angelicais, 
imersos nos segredos
dos planos siderais?


Que maravilha é esta que
eu não posso descrever com
todo o dramatismo que
pudesse ter?
Artista inimitável. 
Sublime e limitado 
me ponho de joelhos e contemplo abismado, 
e pergunto a mim mesmo com estupefação;
Quem criou tudo isso com tanta perfeição?





   Quem dá sem perder nada, 
e paga sem dever e a tudo movimenta 
sem nunca se mover? 
Formando e transformando,  
criando e dirigindo, 
governando e agindo. 
Quem tem tanto poder?
Pergunto a outras vozes,
quem me podeis dizer? 
Eu vos peço queridos
irmãos meus, 
e as vozes me respondem:
Foi Deus, foi Deus, foi Deus!!!!



JOÃO DE DEUS LIMEIRA

28 de outubro de 2010

Não tem como não amar...



Eu tinha vontade de fazer como os dois homens que vi sentados na terra escovando osso. No começo achei que aqueles homens não batiam bem. Porque ficavam sentados na terra o dia inteiro escovando osso. Depois aprendi que aqueles homens eram arqueólogos. E que eles faziam o serviço de escovar osso por amor. E que eles queriam encontrar nos ossos vestígios de antigas civilizações que estariam enterrados por séculos naquele chão. Logo pensei em escovar palavras. Por que eu havia lido em algum lugar que as palavras eram conchas de clamores antigos. Eu queria ir atrás dos clamores antigos que estariam guardados dentro das palavras. Eu já sabia também que as palavras possuem no corpo muitas oralidades remontadas e muitas significâncias remontadas. Eu queria então escovar as palavras para escutar o primeiro esgar de cada uma. Para escutar os primeiros sons, mesmo que ainda bígrafos. Comecei a fazer isso sentado em minha escrivaninha. Passava horas inteiras, dias inteiros fechado no quarto, trancado, a escovar palavras. Logo a turma perguntou: o que eu fazia o dia inteiro trancado naquele quarto? Eu respondi a eles, meio entresonhado, que eu estava escovando palavras, eles acharam que eu não batia bem. Então eu joguei a escova fora.


Manoel de Barros - Memórias inventadas - A Infância

27 de outubro de 2010

Paroles, paroles, paroles...


Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras fatigadas de informar.
Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão
tipo água, pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade das tartarugas mais que as dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

Manoel de Barros , O apanhador de desperdícios


Não tem como não amar, quanto mais eu desentendo, mais me apaixono!

De todo meu amor, serei atenta!

  O MEU SONETO DE FIDELIDADE*

Que seja eterno nosso amor
Sem grandes dores ou decepções
Mas acho difícil, nesse mundo de aflições
Passarmos ilesos e sem frustrações

Que seja grande, que seja inteiro
E que nenhum fato corriqueiro
Ofusque o brilho do amor verdadeiro
Que vivamos em paz e harmonia
Para cultivarmos um lar de alegria

Sem cobranças ou ciúmes
Com a alegria de costume
Lidando com as chateações e os azedumes
Há que se ter muita paciência e boa dose de tolerância

Com a cumplicidade de costume
Que vençamos as barreiras
Das briguinhas corriqueiras
E da vaidade pueril
Que possa nos abalar

Que a energia vital
Nos ilumine como cristal
Iluminando nossos corações
Nas provas e expiações

Que nossa união supere sempre
A sombra da insegurança e das tentações
E que Deus nos guie sempre
Pois o AMOR, tudo supera!


DEZ/2006
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*Tá, não é soneto coisa nenhuma, escrevi isso faz um tempãoooo já e resolvi compartilhar =)

21 de outubro de 2010

Histórias que podem mudar histórias...

Ler faz crescer: 8 milhões de livros de graça.


Desde 11 de outubro de 2010, a Fundação Itaú Social está distribuindo gratuitamente 8 milhões de livros para incentivar o gosto pela leitura como um bom caminho para o desenvolvimento completo das crianças e fundamental para o crescimento do país.

Serão quatro livros para você ler com seus filhos, afilhados, sobrinhos ou alunos, e quem recebe assume um compromisso: repassar o livro para outras pessoas lerem com outras crianças, para que o ciclo continue.

Saiba mais e inscreva-se em:

http://www.lerfazcrescer.com.br/



Fonte: http://somenteboasnoticias.wordpress.com/2010/10/14/ler-faz-crescer-8-milhoes-de-livros-de-graca/

*CRÉDITOS PARA PROFESSORA GLÁUCIA DISSENHA

16 de outubro de 2010

Pensamentos noturnos...

Se as coisas são impossíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las!
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!

(Mário Quintana)



Pensando sobre o impossível...

Como diria meu bom e velho amigo Riobaldo¹: "Carece de ter coragem, carece de ter muita coragem"...Coragem para viver, para sonhar e, principalmente, para realizar.
Realizar exige esforço, foco, fé e boa dose de coragem. Nas "veredas" da vida, a impossibilidade de realizar nossos sonhos nos deixa ansiosos, aflitos , e por vezes, desmotivados, sentimentos que nos afastam do caminho da realização.

A impossibilidade das coisas seria uma questão de prefixo? Não sei...

Nem tudo sai como queremos, é uma questão de tempo e merecimento, só sei que não devemos nos entregar facilmente e diante das dificuldades, desistirmos. Um dia a gente leva um "sim", outro dia leva um "não". Há que se ter maturidade para encarar a vida de cabeça erguida, com determinação, e ter sensibilidade para perceber que as coisas "ruins", as "impossibilidades" são a força propulsora da vida, o impulso necessário para nos superarmos. Tirar proveito das nossas fraquezas é um exercício que nos fortalece e nos faz acreditar no impossível.

Você não acha que são nos momentos mais difíceis que afloram em nós o sentimento de humildade e coragem?

[1] Riobaldo é um dos maiores personagens da nossa literatura, protagonista da obra Grande Sertão Veredas do inadjetivável Guimarães Rosa.

15 de outubro de 2010

Das coisas que gostaria de ter escrito...

mas me satisfaço, lendo!


Miragem


Somos muitos.

Mas, do muito que somos, poucos sabem realmente ser o que se é, descobrir-se como evento único de proporções fantásticas e entender-se, acima de tudo, como pouco, simples e frágil perante a complexidade do todo.

Somos raros.

Mas, de todos esses raros, muitos são mesclas exatas, cópias forçadas e imagens vazias de outros. De outras formas de viver o mesmo, de interpretar futilidades e de desperdiçar tempo - fagulhas de sentido e razão soltas ao nada.

Somos gente que sente, que ri, que fala, que sofre. Que na grandeza do sonho, cresce. E que na ânsia de aprender, ensina. Somos gente imperfeita. Gente que ora se intimida pela enormidade dos obstáculos, ora encontra nos lugares mais inesperados motivos para sorrir. No dia e noite, no inverno e verão.

Somos, como eu, gente que faz com que tudo pareça ser o que não é. Capaz de pensar, criticar, escrever. Mas com uma enorme dificuldade em transformar palavras em ações, conhecimentos em práticas.

Somos instáveis e incertos. Somos miragem.
 

Sem professor, não tem Doutor!

O professor está sempre errado...


Por Jô Soares

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um 'caxias'.
Precisa faltar, é um 'turista'.
Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, deu 'mole'.
É, o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

FELIZ DIADOPROFESSOR!

13 de outubro de 2010

Estive desanimada...


Eu até que tentei ir pra Rehab, mas lendo certas coisas, my mind and my hands says no, no, no! I have to write...i need!
Tô meio desanimada com o segundo turno, sinceramente, estou sem muitas opiniões sobre os candidatos existentes, e entre decepções e deturpações do meu discurso, informações equivocadas e cheia de segundas intenções, não consigo ficar de mãos atadas ou olhos vendados por tanto tempo. Lendo esse texto do Brizola, mil imagens vem à minha cabeça confusa, mesmo assim, resolvi compartilhar!

Os judas do nosso petróleo

Fernando Henrique dava tanta importância a encaminhar a entrega do petróleo brasileiro que colocou para dirigir a Agência Nacional de Petróleo seu próprio genro, David Zylbernstein.
Não ouvimos falar em nepotismo, então, não é? Este senhor, hoje, é, sabidamente, um dos assessores de José Serra.
E vende “expertise” na área de energia com uma empresa, a DZ Negócios com Energia, que proclama abertamente em seu site que ” a empresa foi fundada em 2002 e desde então vem assessorando empresas do setor e investidores interessados no mercado brasileiro.”
Eles estão jogando pesado para atingir a Petrobras com denúncias e, pior, com a ajuda dos grandes bancos, com especulação para produzir uma queda nas ações da empresa e tentar demonstrar o impossível: que ela não é uma empresa eficiente, produtiva, promissora e lucrativa.
Ao contrário do ditado do tempo de meus avós, quem desdenha da Petrobras, não quer comprar, quer vender esse tesouro do povo brasileiro.
Um povo que foi às ruas, há 60 anos, defendendo o petróleo que, àquela altura, apenas se imaginava haver aqui. Por uma Petrobras que começou a produzir com dois mil barris diários e que hoje produz dois milhões de barris por dia, podendo chegar em poucos anos a quatro milhões diários.
Hoje temos não a intuição, mas a certeza de que nosso país repousa sobre uma das maiores reservas pretrolíficas do mundo.
Será possível que não possamos dizer ao povo brasileiro que, ao ir às urnas dia 31, é isso que ele estará colocando em jogo? Será que vamos ficar presos a discussões estéreis, sobre a opinião dos candidatos sobre coisas sobre as quais eles não tem nem poder nem responsabilidade e vamos deixar este tesouro ser entregue?
O povo brasileiro jamais nos perdoará se não dissermos a eles que é isso o que está em jogo. O povão, sofrido e desinformado, tem o direito de não perceber. Nós, não.

Fonte: Tijolaço
Leitura complementar:

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*Só pra constar, porque eu adoro me justificar e porque, às vezes, é preciso:
Sou a favor da vida (derrrr), da educação moral, do amor...Utópica que sou, sonho com um mundo em que não haverá tanto horror: estupros, pessoas doentes da alma, nem gravidez inconsequente e o sexo será visto como fonte geradora da vida, algo que não pode ser banalizado, logo, creio em um mundo em que não haverá mais aborto! Só seria a favor do aborto em caso de risco de vida à gestante. Mas esse mundo não é a Terra, então não julguemos a Dilma. Não sou tão Alice, e como não vivemos no País das Maravilhas, não sejamos tão hipócritas. Clínicas clandestinas (oi?). Os mesmos que condenam o aborto condenam o uso da camisinha...

Nessa corrida maluca eleitoral, não existem mocinhos, nem bandidos. Só repasso as informações que acho dignas de reflexão...Pior que tá não fica? Ah fica sim!