30 de maio de 2011

Respeito...



Muito além de um "simples kit"

"É preciso amar as pessoas como se não
houvesse amanhã, porque se você
parar pra pensar, na verdade não há"

Inicio o post de hoje com a epígrafe de um grande artista e poeta que gostava de "meninos e meninas", e daí? Nunca perdi tempo pensando na bissexualidade de Renato Russo ou de qualquer outro artista, poeta, cantor, professor ou amigo meu. Por isso, talvez tenha tanta dificuldade para entender esse tipo de preconceito  e tenha demorado pra formar uma opinião (se é que tenho ainda), sobre o polêmico Kit anti-homofobia.

Mas deixo claro que demorei pra formar uma opinião acerca do kit, e não sobre o homossexualismo, pois nesse quesito, sou muito bem resolvida. Sou a favor do amor ao próximo, do bom caráter, da bondade, independente de opção sexual, posição social, cor ou credo. Sim, sou a favor das coisas óbvias e clichês para uns, mas que não parecem ser óbvias assim para outros.

Tenho vários amigos homossexuais muito bem resolvidos, profissionais bem sucedidos, pessoas maravilhosas, corajosas (porque tem que ter muita coragem para assumir sua homossexualidade em um mundo tão cheio de preconceitos e perigoso, sim, perigoso, olha a violência contra os homossexuais que presenciamos), e olha, os meus relacionamentos rolaram de maneira totalmente natural, e é assim que deve ser (na minha opinião).

"Kit Gay", que expressão mais pejorativa! Você lê comentários tristes, alguns até mesmo, revoltantes, mas a discussão é pertinente. Tive acesso aos supostos vídeos do MEC que foram vetados na última semana e confesso, que mais gostei foi do 3º vídeo -  "Encontrando Bianca", que aborda a mudança de sexo, pois além de ser esclarecedor, mostra a pessoa além da sua condição sexual (na minha opinião). Aliás, é isso que pra mim falta, uma abordagem mais ampla. As pessoas  são resumidas à "gays", "lésbicas", "transexuais", "travestis", sendo que elas são muito mais do que sua opção sexual. Não sou especialista no assunto, aliás, quem devem ser ouvidos são justamente as que sofrem ou sofreram algum tipo de preconceito desse tipo, talvez esteja julgando ou expondo uma opinião, também, muito simplória.

Infelizmente o kit, não combate preconceito. O "buraco é mais embaixo", existem interesses políticos, econômicos, como em tudo, que devem ser observados (dos dois lados), tanto pra quem é contra, quanto pra quem é a favor. A escola tem que orientar sim, mas os pais em casa, também. A sociedade toda tem que se transformar, se unir, e pensar no bem comum.

O interesse deveria ser humano, unicamente, humano. Respeitar e amar ao próximo, compreender suas escolhas e jamais julgar ou inferiorizar as pessoas por causa da sua opção sexual. Mas aí, eu quero demais, não é? Sim, eu quero, utópica que sou, sonho com uma sociedade transparente, respeitosa, que pense no interesse comum. Sem rotulações, nem para um lado, nem para o outro. Ninguém será ouvido, enquanto não houver respeito entre ambas as partes.

Amor ao próximo, esse sim, é um antídoto contra qualquer tipo de preconceito. Mas não podemos ser utópicos, nem tapar o Sol com a peneira, nem fazer vistas grossas. O esclarecimento também é um ótimo remédio. Por isso, enquanto não é possível amar, o importante é se informar e respeitar!