SEMANA DA MULHER

MARINA  SILVA
Não vejam o post de hoje como partidária, por favor, admiro demais a história de vida da Marina Silva, independente do partido, classe, cor, gênero ou religião que ela pertença. Sua biografia supera, ou deveria superar, qualquer tipo de preconceito. Pra mim, ela é a mulher que melhor representa a  força da nossa classe e do nosso povo. Alguém tem noção que essa mulher foi alfabetizada aos 16 anos? Trabalhou como doméstica e já foi considerada umas das 50 pessoas no mundo que podem salvar o planeta? Pare e pense! 
Essa sim, fez do limão uma limonada.  Essa "formiguinha" (como muitos dizem, em tom pejorativo e eu digo, em tom de extrema admiração, pois essa mulher trabalha incansavelmente como as formiguinhas das fábulas), merece ser ouvida e aplaudida. Sou muito, mas muito fã desse ser humano, e justamente essa mulher que tanto admiro, foi escolhida pra "fechar" com chave de ouro essa semana de posts em homenagem às mulheres do meu Brasil. Como já havia previsto, foi difícil escolher apenas algumas...em breve, teremos mais!
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Maria, Marina é um dom, uma certa magia...
Principal líder socioambiental no Brasil, Marina Silva é exemplo de superação, em quase 30 anos de vida pública, ganhou reconhecimento dentro e fora  do país pela defesa da ética, da valorização dos recursos naturais e do  desenvolvimento sustentável. Uma reputação construída em mandatos de  vereadora, deputada estadual e senadora – eleita sempre com votações  recordes – e no período em que esteve à frente do Ministério do Meio  Ambiente, entre janeiro de 2003 e maio de 2008.
Nos cinco anos e quatro meses no governo do presidente Luiz Inácio  Lula da Silva passou a ser vista também como gestora competente. Na  pasta, uma de suas conquistas foi o Plano de Ação para Prevenção e o  Controle do Desmatamento da Amazônia Legal, que contou com o esforço  integrado de 14 ministérios. Graças ao projeto, o ritmo de desmatamento  da Amazônia caiu 57% em apenas três anos, passando de 27 mil km² para 11  mil km² ao ano. Mais de 1.500 empresas ilegais foram desmanteladas, com  a prisão de 700 pessoas. A apreensão de madeira somou um milhão de  metros cúbicos.
Iniciativas como essa aumentaram sua projeção internacional. No final  de 2007, o jornal britânico “The Guardian” incluiu a então ministra  entre as 50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta.
Primeiros anos
Maria Osmarina Marina Silva de Lima nasceu em 8 de fevereiro de 1958  em uma pequena comunidade chamada Breu Velho, no Seringal Bagaço, no  Acre. Seus pais, nordestinos, tiveram 11 filhos, dos quais três  morreram. A mãe morreu quando tinha apenas 15 anos. A vida no seringal  era difícil. “Eu acordava sempre às 4h da manhã, cortava uns gravetos,  pegava uns pedaços de seringuins, acendia o fogo, fazia o café e uma  salada de banana perriá com ovo. Esse era o nosso café da manhã”, conta.
Na adolescência sonhava em ser freira. “Minha avó dizia: ‘Minha  filha, freira não pode ser analfabeta’”, lembra. O desejo de aprender a  ler passou então a acompanhá-la. Aos 16 anos, contraiu hepatite, a  primeira das três que foi acometida. Seu histórico de saúde ainda inclui  cinco malárias e uma leishmaniose. Essas fragilidades a levaram a Rio  Branco em busca de tratamento médico. Aproveitou a oportunidade para  também se dedicar à vida religiosa e, ao mesmo tempo, estudar. Obteve a  permissão do pai e deixou a floresta.
Na capital acriana, para se sustentar, passou a trabalhar como  empregada doméstica. Revia as lições durante as madrugadas. O progresso  nos estudos foi rápido. Entre o período de Mobral, no qual aprendeu a  ler e a escrever, até a formação em História transcorreram apenas dez  anos. Sua formação foi complementada posteriormente com a pós-graduação  em Psicopedagogia.
A vocação social se revelou quando deixava a adolescência. Marina se  inscreveu em um curso de liderança rural e conheceu o líder seringueiro  Chico Mendes. Passou a ter contato com as ideias da Teologia da  Libertação e a participar das Comunidades Eclesiais de Base. Em 1984,  ajudou a fundar a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre. Chico  Mendes foi o primeiro coordenador da entidade e Marina a  vice-coordenadora.
Parlamento
Filiada ao PT, Marina disputou seu primeiro cargo público em 1986, ao  concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Ficou entre os cinco mais  votados, mas o partido não atingiu o quociente eleitoral mínimo  exigido. Os sucessos eleitorais de Marina começaram dois anos depois, ao  se eleger vereadora, a mais votada de Rio Branco. Uma de suas primeiras  manifestações foi devolver o dinheiro de gratificações, auxílio-moradia  e outras mordomias que os demais vereadores recebiam sem  questionamento.
Com atos como esse, atraiu a ira dos adversários políticos ao mesmo  tempo em que obtinha um reconhecimento popular que se manifestou na  eleição seguinte, em 1990, quando se tornou deputada estadual, novamente  com votação recorde. Em 1994, aos 36 anos, chegou a Brasília como a  senadora mais jovem da história da República. Foi reeleita em 2002, com  votação quase três vezes superior à anterior.
No Senado, foi a primeira voz a defender a importância de o governo  assumir metas para redução das emissões de gases do efeito estufa. Em  2009, o Planalto anunciou, finalmente, a adoção dessas metas. Também  cobrou do Executivo federal e do Congresso a inclusão da meta  brasileira, com os percentuais para a redução das emissões de gases do  efeito estufa até 2020, no Plano Nacional de Mudanças Climáticas, que  seria aprovado e sancionado pelo presidente antes da realização da  Conferência de Clima (COP15), em dezembro, em Copenhague.
Ministério
No Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva trabalhou por políticas  estruturantes baseadas em quatro diretrizes básicas: 1) maior  participação e controle social; 2) fortalecimento do sistema nacional de  meio ambiente; 3) transversalidade nas ações de governo; 4) promoção do  desenvolvimento sustentável.
No governo do presidente Lula, Marina buscou transformar a questão  ambiental em uma política de governo, que quebrasse o tradicional  isolamento da área. Foi assim que o governo passou a exigir, nos  projetos hidrelétricos a serem leiloados, a obtenção da licença prévia  para que a viabilidade ambiental dos empreendimentos fosse avaliada  antes da concessão para a exploração privada. Também baseado nessa  diretriz, o ministério, por intermédio do Ibama, passou a ser ouvido  prioritariamente antes da licitação dos blocos de petróleo.
Em 13 de maio de 2008, pediu demissão do ministério. Em carta ao  presidente Lula, afirmou que deixava o cargo por conta das dificuldades  que enfrentava dentro do governo. “Esta difícil decisão, Sr. Presidente,  decorre das dificuldades que tenho enfrentado há algum tempo para dar  prosseguimento à agenda ambiental federal”, afirmava Marina, que voltou  para o Senado.
Em 19 de agosto do ano passado deixou o PT. Em comunicado ao partido,  manifestou seu desacordo com uma “concepção do desenvolvimento centrada  no crescimento material a qualquer custo, com ganhos exacerbados para  poucos e resultados perversos para a maioria, ao custo, principalmente  para os mais pobres, da destruição de recursos naturais e da qualidade  de vida”. Onze dias depois, anunciou sua filiação ao PV.
Pré-candidatura à Presidência
Em 16 de maio de 2010 ano, Marina lançou sua pré-candidatura à  Presidência e anunciou o empresário Guilherme Leal como seu vice. Em seu  discurso durante encontro do PV em Nova Iguaçu (RJ), a senadora disse  esperar que o país saia da próxima eleição com um novo “acordo social”,  que integre avanços dos governos passados e aponte para uma economia de  baixo carbono. Lembrou conquistas dos governos Fernando Henrique Cardoso  e Luiz Inácio Lula da Silva, entre elas a estabilização econômica e a  redução da pobreza.
Prêmios
A lista de prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais  mostra a expressão internacional conquistada pela senadora. Além de ser  incluída na lista do jornal “The Guardian”, conquistou o “2007 Champions  of the Earth”, o principal prêmio da ONU na área ambiental. Em outubro  de 2008, recebeu das mãos do príncipe Philip da Inglaterra, no palácio  de Saint James, em Londres, a medalha Duque de Edimburgo, em  reconhecimento à sua trajetória e luta em defesa da Amazônia brasileira –  o prêmio mais importante concedido pela Rede WWF. Em 2009, recebeu o  prêmio Sophie da Sophie Foundation, concedido a pessoas e organizações  que se destacam nas áreas ambientais e do desenvolvimento sustentável,  em Oslo, Noruega. Também em 2009, recebeu da Fundação Príncipe Albert 2º  de Mônaco o Prêmio sobre Mudança Climática (Climate Change Award), em  reconhecimento à sua contribuição para projetos na área do meio  ambiente, ações e iniciativas conduzidas sob a ótica do desenvolvimento  sustentável.

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