SEMANA DA MULHER
O Farol. 1915
A mulher de cabelos verdes. 1915-16
O homem amarelo. 1915-16
Anita Malfatti: uma artista injustiçada?
Quando se fala na Semana da Arte Moderna de 1922, um dos primeiros nomes que nos vem à cabeça , quando se pensa em alguma mulher de destaque no movimento, é o da nossa querida Tarsila do Amaral. Contudo, tivemos uma outra grande representante feminina na revolução artística da época, que quase não vejo menção, seja nos compêndios escolares ou mesmo, nas discussões sobre a arte moderna do Brasil, estou falando de Anita Malfatti.
Anita Catarina Malfatti (São Paulo, 2 de dezembro de 1889 – São Paulo, 6 de novembro de 1964) foi pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora. O início de sua instrução artística e cultural foi iniciada por sua mãe, a americana Betty Malfatti, professora de pintura e línguas. Por causa de uma atrofia no braço e na mão direita, Anita transformou-se em canhota, utilizando a mão esquerda para pintar.
No fim da década de 10, em São Paulo, estudou pintura no ateliê do artista plástico Pedro Alexandrino, onde conheceu Tarsila do Amaral. Lecionou desenho na Escola Americana, na Universidade Mackenzie, na Associação Cívica Feminina e em seu próprio ateliê.
Em São Paulo, estudou no Mackenzie; na Alemanha, estudou na Academia Real de Belas Artes de Berlim, e em Nova York, teve aulas de pintura, desenho e gravura com diversos artistas na Arts Students League of New York, na Independent School of Art e trabalhava fazendo ilustrações para as revistas Vanity Fair e Vogue.
Tarsila do Amaral e Anita Malfatti (1955) |
Fundou com Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Pichia o Grupo dos Cinco, em 1922, e participou da Semana de Arte Moderna. Anos mais tarde, integrou na Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM), na Família Artística Paulista (FAP) e participou do Salão Revolucionário.
Passou a ser conhecida após uma de suas exposições, organizada por Di Cavalcanti. No final do ano de 1917 realizou uma exposição em São Paulo, expondo 53 obras que despertaram grande interesse do público e da crítica. Por ter estudado na Europa e Estados Unidos, rompeu com os vínculos vigentes da pintura clássica. Sua pintura expressava liberdade de pensamento e sentimento. Na exposição de 1917, Anita construiu cenários influenciados pelo cubismo e pela modernidade trazida de suas andanças. Monteiro Lobato, escritor e jornalista respeitado e prestigiado, “não viu e não gostou”, pois os cânones clássicos residiam em seus conceitos sobre arte, e publica na época arrebatada e preconceituosa crítica à exposição de Anita, sem mesmo ter ido à exposição (believe!).
As palavras do criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo foram destruidoras para a artista, causando-lhe intensa depressão e insegurança, que lhe acompanhou por toda a sua vida. Após essa época, alterou sua temática, produzindo, naturezas-mortas, retratos, paisagens e cenas populares.
Após a morte de sua mãe, Anita se afastou do meio artístico por algum tempo, no entanto, quando regressou oficialmente em uma exposição individual de 1955, a artista apresentou suas obras produzidas nesse período de reclusão. Seu novo tema, era exclusivamente a arte popular brasileira, opção esta, considerada por ela e por diversos profissionais sua melhor e mais pura fase.
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FONTES:
[1] Jornal Vanguarda. http://www.jvanguarda.com.br/2009/02/12/anita-malfatti-a-injusticada/.
[2]“O tropical de Anita Malfatti e o modernismo brasileiro”. http://www.mackenzie.br/fileadmin/Pos_Graduacao/Mestrado/Educacao_Arte_e_Historia_da_Cultura/Publicacoes/Volume5/O__Tropical__de_Anita_Malfatti_e_o_Modernismo_Brasileiro.pdf.
[3] Pitoresco: http://www.pitoresco.com.br/brasil/anita/anita.htm
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